Andei desaparecida do blog nestes últimos 4 dias porque fui viajar. Os bilhetes de avião entre países asiáticos são relativamente baratos e, não querendo perder oportunidades, fui a Hong Kong e a Macau.
Hong Kong é um conjunto de ilhas, todas muito perto umas das outras. O transporte entre elas faz-se essencialmente através de metro, ferry ou autocarro. É tudo extremamente complicado e confuso em Hong Kong. Sair do comboio (que apanhei no aeroporto) para a rua deu-me muitas dores de cabeça e um ataque de ansiedade. A estação de comboios é dentro de um centro comercial com dimensões ridiculamente grandes e as saídas estão completamente camufladas.
Quando, finalmente, descobri a saída, a minha primeira impressão foi "uau!!!" (sempre de queixo caído). Claro que estava rodeada de prédios altíssimos e lindos. Senti-me como se estivesse num filme, num sonho. Nunca tinha visitado nenhuma cidade com arranha-céus nem com tanta densidade populacional, embora Hong Kong não seja considerado cidade nem país mas sim uma região administrativa especial da China. Há 6 777 pessoas por km2 enquanto que em Portugal há 111 pessoas por km2. Conseguem imaginar uma passadeira quando o semáforo dá luz verde para os peões? Nunca fui a Nova Iorque mas imagino que seja muito parecido.
Para além do desenvolvimento a nível financeiro, comercial e tecnológico, Honk Kong também tem um elevado Índice de Desenvolvimento Humano. Enquanto lá estive, senti-me como se tivesse viajado 5 ano para o futuro. Não há nada com o qual eu nunca tivesse imaginado mas é percetível a olho nu a evolução da região. O luxo está muito presente mas os habitantes (e os turistas também) não o ostentam de forma exuberante. Porém, o seu conforto financeiro e pessoal é notório pela maneira confiante com que andam na rua. Fiquei com a impressão que são pessoas muito bem resolvidas e que o seu estilo de vida é possível devido à sua dedicação ao trabalho.
Também estive em zonas menos desenvolvidas e mais pobres mas não me chocou nada. Era esta a ideia que tinha da China: zonas muito desenvolvidas intercaladas com sítios mais carentes. É um contraste que não choca, talvez por já estar habituada a viver num país onde as desigualdades sociais estão muito presentes.
Os prédios, que quase tocam no céu, são a casa de milhares de pessoas. Não consigo imaginar quantos apartamentos há por cada andar mas é nítida a dimensão reduzida de cada um. As ofertas gastronómicas são mais que muitas mas acredito que haja igual número de lojas de luxo como Dior, Saint Laurent, Louis Vuitton ou Prada. O que mais me impressionou foi o cenário vísivel do porto de Kowloon. Como a ilha de Hong Kong fica em frente à de Kowloon, o panorama é completamente arrebatador. Uma paisagem 'vertical' que me fez sonhar, que me acalmou e me fez sentir pequenina mas importante no mundo.
Por isso gostei tanto de Hong Kong: ainda que se viva o caos e a confusão, ali, há a combinação perfeita do presente e do futuro, da realidade e do sonho.
Todas as fotografias foram tiradas por mim. Peço desculpa pela qualidade (acho que foi alterada quando fiz download).