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Por Definir

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26
Mar19

Lolita

Recentemente, o meu interesse por clássicos despertou e apostei em "Lolita" de Vladimir Nabokob.

Sabia que era um livro com opiniões divergentes devido ao seu conteúdo controverso e, desempenhando um papel importante no filme "A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata" do qual gostei particularmente, decidi conhecer a sua história.

A obra desenvolve-se à volta da paixão e do desejo intenso que Humbert desenvolve por uma criança de 11 anos, Lolita (nome carinhoso pelo qual a chama). Os episódios descritos ora expõe a tentação que a pequena representa para Humbert, uma vez que este não lhe pode tocar da forma como quer, ora, já em capítulos posteriores, dão a conhecer o prazer que Humbert sente sempre que Lolita se aproxima e se encosta a ele. 

O livro é descrito como uma das mais belas obras de literatura do século XX. Muitos o designam de novela erótica, outros preferem associá-lo aos romances. Eu diria que se insere nos dois géneros. De qualquer das formas, não gostei do livro. Diria até que, exceptuando parágrafos que descrevem o contacto físico dos dois, a história é aborrecida e a escrita também. Não considero que a linguagem seja fácil e acessível. Considero-o um livro difícil que exige concentração. Por vezes, dei por mim a reler frases porque desconhecia algumas palavras. Aborreci-me tanto que, quase a chegar ao fim, abandonei a leitura. 

25
Mar19

Esta revista merece ser esgotada

Já aqui tinha dito que sempre adorei livros mas não adoro só ler. Escrever alivia-me o corpo e transmite-me paz. Uma paz porreira porque quando se vive com duas pessoas tão contraditórias dentro de uma só, fica complicado não chegar à loucura.

Se me pedirem para olhar para o futuro e imaginar uma situação perfeita, eu imagino um livro escrito por mim a ser um bestseller. Sim, tem que ser uma bestseller. Na sua impossibilidade, imagino-me a trabalhar numa revista ou num jornal. Com a condição de terem qualidade, de terem uma missão bem definida e cativante como, por exemplo, a Visão. Sempre a admirei, sempre quis fazer parte da equipa, sempre. Não só pelos seus conteúdos pertinentes e atuais mas também pela sua escrita, pela sua diversidade e carácter cativante. 

Ao ler que a Visão e o Grupo Tin se tinham juntado para criar uma revista cujas receitas revertem 100% a favor das vítimas da catástrofe natural de Moçambique, admirei-a ainda mais. Uma revista com este sentimento de solidariedade é mais que uma revista. Admirem-na também. 

22
Mar19

A seca que se adivinha

Desde muito nova que me incutiram a importância da chuva e é talvez por isso que gosto de dias chuvosos. Nascida e criada no Alentejo, vi muitas vezes a preocupação nos olhos dos agricultores devido à falta de chuva e ao risco de seca. Embora o meu pai não seja agricultor, preocupava-se tanto como os que faziam da terra um sustento. Lembro-me de ele me dizer que se nunca chovesse, a comida acabaria. Desde então, espero ansiosa pela chuva quando ela escasseia. 

Este ano, mais uma vez, a terra secou e se não chover intensamente nos próximos dois meses, as consequências podem ser graves e dolorosas. Segundo o Público, cerca de 5% do país está a enfrentar uma seca severa e o Inverno só terminou ontem. Calcula-se que "o mês de Janeiro foi um dos mais secos nos últimos 19 anos" (notícia do Público). Ainda são referidas as atuais drásticas mudanças climáticas no planeta, evidenciando-se a crescente semelhança entre o solo português e o solo norte africano. 

Em Moçambique há cheias, em Portugal há seca. Cada país sofre à sua maneira com a desatenção que o mundo dá ao ambiente. 

21
Mar19

"Estamos a ficar cada vez mais estúpidos"

Sempre tive o bichinho da Nova Zelândia. Creio que por idealizar um país muito diversificado e completo e a transbordar de Natureza indescritível. A sua paisagem muda eloquentemente ao longo das duas ilhas principais. Quem já lá foi disse que de manhã é possível observar um glaciar e, conduzindo um par de horas para Oeste, encontra-se um prado verdejante. 

Nem só de Natureza diversificada se faz a Nova Zelândia. A diversidade ao nível demográfico é também evidente. Não me choca existirem diferentes nacionalidades, religiões e etnias num país tão apelativo como este. Na verdade, não me choca este mix em parte alguma. A emigração é um fenómeno cada vez mais natural, mais recorrente e facilitado, comparativamente ao século anterior.

Sou da opinião que todos os países devem aceitar emigrantes desde que os mesmos se adaptem e adotem os costumes do país de destino. Desta forma, a identidade do país de acolhimento não se perde. Já visitei países em que me pareceu existir tantos nativos como cidadãos de outras nacionalidades. Futuramente, devido à mistura de genes, os nativos de hoje serão fisicamente desiguais dos nativos de amanhã. Fenómeno natural a que se dá o nome de evolução

Aparentemente, nem todos concordam com a inclusividade. O senhor (senhor assassino) que matou dezenas de pessoas na Nova Zelândia demarcou, claramente, a sua posição relativamente à religião que atacou. Pessoalmente vivo muito seguindo a regra do "não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti". Talvez por ter vivido algumas temporadas fora de Portugal e ter sempre medo da discriminação por ser estrangeira, incluo todos no mesmo saco. 

Se o Sr. Assassino emigrasse para um país muçulmano ou, digamos antes, permanecesse uma temporada no mesmo, gostaria de ser morto apenas porque sim? Eu diria que não. Gostaria o Sr. Assassino que matassem a sua filha que teria ido às compras sozinha num país muçulmano? Talvez não. E a sua mulher? Não acredito.

Pode parecer parvo da minha parte mas para mim não faz sentido nenhum assassinar só porque sim. Nem assassinar, no geral. A citação que se segue (Entrevistas Visão) mostra em parte o que me ocorre aquando de situações graves consequentes da falta de aceitação e inclusão daqueles que não são iguais a nós:

Pensava que o ser humano aprendia com os erros, que evoluía e se tornava mais sábio, mas é o oposto: estamos a ficar cada vez mais estúpidos. (...) Não percebo o mundo em que vivemos.

13
Mar19

As diferenças de género e as polémicas à sua volta

O feminismo está a confundir as pessoas. Pelo menos a mim, está de certeza. Se for pesquisar pela definição da palavra encontro o seguinte: "movimento ideológico que preconiza a ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher ou a igualdade dos direitos dela aos do homem" (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa). Contudo, as diferentes manifestações a que tenho assistido (essencialmente digitais) espelham pouco ou nada o conceito de feminismo. 

Creio que já tinha referido anteriormente esta questão uma vez que me deparava constantemente com a diminuição do homem em prol da mulher. Sim, o inverso aconteceu na sociedade de séculos anteriores mas não é por isso que devemos colocar a mulher mais alta do que o homem por vingança ou pelo que for. Concordo sim em colocar a mulher numa posição igualitária relativamente ao homem. Isto é, não existir discriminação de género (nem qualquer outra ). 

Por esta razão, fico dividida aquando do dia da mulher. A data é assinalada para relembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, portanto, de importância inegável. Por outro lado, não havendo dia do homem, enfatiza-se a diferença entre os dois. É um misto agridoce, pronto. Para mim, o dia da mulher é sempre; o dia da liberdade é sempre; o dia da criança é sempre. Todos eles existem para não nos esquecermos da sua importância mas, e se nos lembrássemos todos os dias dos nossos direitos e celebrássemos (interiormente porque não há dinheiro para tanta prenda), todos os dias?

Não sei se faço bem ou não mas não comemoro o dia da mulher. Acredito que se ninguém pensasse na diferença de géneros, essa diferença não existia. No fundo, acredito que não lhe dou poder para existir, pelo menos na minha vida. Mas sei que nem todos pensam assim. 

Outro exemplo disto é o desprezo que conservo em mim pelos novos programas da SIC e da TVI, "Quem quer casar com o agricultor?" e "Quem quer casar com o meu filho?", respetivamente. Já li muitos comentários que menosprezam os canais e que acham uma vergonha este tipo de conteúdos serem exibidos em horário nobre e, adicionalmente, logo depois do dia da mulher. 

Acho... vamos lá ver... que palavra ficaria bem aqui...? Parvo. Se calhar 'parvo'. sim, acho parvo dizerem "ah e tal, a SIC e a TVI não têm vergonha de exibirem programas em horário nobre que menosprezam a mulher logo depois de se ter assinalado uma data tão importante relativamente à mesma". Acho parvo porque independentemente da hora ou dia de exibição dos programas, estes canais estão a ser desconfortáveis. Talvez esteja só a dizer barbaridades porque não assisti a nenhum mas já fui espectadora de programas similares (Love on Top ou First Dates) e senti-me desconfortável. Sentia-me mal só de olhar ou ouvir. Vergonha alheia, sabem?

Acredito, mesmo, que seja difícil encontrar o amor da sua vida e calculo que até possa ser desesperante. Agora, o desespero levar o pessoal a expor os seus gostos amorosos e sexuais em público... Não, não é agradável. De qualquer forma, não fico muito exasperada com estas situações porque sei que ainda há muitas pessoas 'poucachinhas', que não dão mais, que são assim e não pensam mais além. Inconscientes, por assim dizer. Quando me deparo com programas deste carácter faço uma coisa muito eficaz: mudo de canal. 

Se todos mudarem de canal, os programas deixam de ser exibidos. Se ninguém pensar em desigualdades ou diferenças sejam lá de que foro, não existem desigualdades nem diferenças. Se ninguém desvalorizar a mulher ou o homem, não há desvalorizações. Talvez isto seja viver no mundo encantado das igualdades.  

06
Mar19

A felicidade depois do desconforto

No início do ano decidi dedicar algum tempo ao meu desenvolvimento pessoal mas nada de muito espiritual ou drástico. Queria apenas mudar alguns hábitos que não melhoravam (ou que até pioravam) o meu dia-a-dia e por isso, criei uma nova rotina. 

Fiz exercício físico todos os dias durante um mês, optei por uma alimentação saudável na maior parte das refeições e acordei cedo todos os dias para fazer render o dia. Quase todos os dias custaram muito mas, como previsto, foi custando cada vez menos. 

Hoje, após uma semana desligada dessa rotina por motivos de preguiça, retomei os hábitos porque o meu corpo e a minha mente já estavam em sofrimento. Tive dificuldades em dormir, o meu corpo estava constantemente dorido e as energias no nível mais baixo. Percebi que quando criamos um hábito, torna-se difícil mantê-lo nos primeiros tempos mas quando já ganhámos algum ritmo, torna-se complicado viver sem ele: o clássico "primeiro estranha-se e depois entranha-se". 

Não há muito tempo, à conversa com um amigo, foram referidos os benefícios dos duches gelados. Ele estava a tentar criar esse hábito na sua rotina e, aparentemente, a incutir-me o mesmo. Chamei-o de louco. Ainda que reconhecesse as vantagens na saúde, abdicar de um duche quente é o mesmo que abdicar de café com leite pela manhã ou o mesmo que usar meias molhadas o tempo todo - desagradável. Quer seja de manhã ou à noite, um duche quente relaxa e conforta-nos. Isso mesmo, é confortável. E ninguém gosta de estar desconfortável. Infelizmente, sempre foi dito que só nos desenvolvemos e crescemos se saírmos da nossa zona de conforto.

E eu saí. Saí tanto que há um par de dias, mergulhei num lago gelado. Tão gelado que assim que mergulhei, ouvi o gelo à superficie quebrar. Custou muito mas, já fora de água e em fato-de-banho, ria-me desalmadamente e não sentia os 0ºC que o termómetro marcava. 

Nota

Todas as imagens aqui publicadas são do Pinterest, excepto se existirem indicações contrárias.

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