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Por Definir

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26
Jun20

Biografia involuntária dos amantes de João Tordo

“Biografia involuntária dos amantes” era um dos poucos livros de João Tordo que ainda não tinha lido.

Confesso que o início da narrativa não me cativou, mas continuei a leitura porque sabia, de antemão, que era uma boa leitura por já conhecer o autor.

O livro fala da amizade de dois homens que se cruzam na altura certa das suas vidas. Pessoas solitárias (tema que o escritor gosta tanto de explorar) que sofrem por amor, cada uma à sua maneira, e que procuram um sentido para a vida. Despojados de vitalidade, acredito que são a salvação um do outro, ilustrando tão bem o papel da amizade.

Gostei, especialmente, que o livro fosse direccionado para a melancolia, a solidão e para o amor nas suas várias vertentes. Atraem-me as diferentes incidências sobre os vários temas e a exploração elegante das suas características.

Por ser um livro de 2014, consegui perceber, comparando com as obras mais recentes de João Tordo, a sua evolução na escrita quer seja na riqueza do discurso como na construção dos personagens ao longo da história.

João Tordo é daqueles autores que espero que publique, pelo menos, um livro por ano até ao resto da minha vida porque detestaria viver sem o ler. Será por isso que ainda não li 3 dos seus livros. Estou a guardá-los para o caso de existir um ano sem publicações.

 

20
Jun20

A solidão como parceira

Já me foi dito que viajei muito e que vivi muito. Ainda sem idade para me considerar uma pessoa com muita experiência de vida, reconheço alguma verdade quando mo dizem. É por isto que vivo constantemente no passado, alimentando-me de memórias antigas, não conseguindo desfrutar do presente.

Por natureza, sou uma pessoa pensativa, melancólica e só que tenta, com todas as suas táticas, esconder essas características. Gosto de me sentir assim porque é o que me faz sentir viva. Sinto-me incompreendida desde sempre e, na realidade, não quero sentir-me de outra forma. Escolhi a solidão para me acompanhar porque é quando me sinto só que me sinto real. É por esta razão que João Tordo é o meu escritor preferido: todos os seus livros se referem, em determinado ponto, à solidão e ao efeito que a mesma tem nos personagens.

"A melancolia é impossível de combater porque, a partir do momento em que nos aventuramos no mundo, teremos sempre saudades de tudo. De tudo.”

                                                                                                            Biografia involuntária dos amantes de João Tordo

09
Jun20

Sobre ela

"És estranha".

Ela recorda-se desta frase que lhe foi cuspida como se fosse uma ofensa. Sempre se sentiu um pouco fora do padrão de raparigas que a sociedade produzia. Sempre se sentiu especial, superior até, julgando aqueles que não partilhavam da sua opinião ou do seu pensamento, julgando a mãe ou o pai quando discordavam dela ou a repreendiam por algo que ela considerava normal, aceitável e assertivo. Julgava em silêncio mas, quando se transformou numa rebelde adolescente que espelhava todas as suas emoções e pensamentos na face como se não existissem filtros entre o pensamento e a expressão facial, decidiu, de forma corajosa, despejar os seus julgamentos verbalmente. Ainda que fizesse um esforço para não magoar os que ouviam os seus pensamentos, não queria deixar de ser clara e assertiva quando os revelava, temendo esconder uma mentira dentro de si se não o fizesse. E, se por algum momento, achasse que não estava a ser verdadeira, sentia-se sufocada pela educação que lhe fora dada sempre evidenciando a aversão à mentira. 

Hoje, com 24 anos, percebeu que os seus pensamentos não devem ser revelados na íntegra sob pena de ser considerada "estranha". Ainda não percebeu qual o limite entre omitir verdades importantes quase consideradas mentira ou verdades leves que pouco ou nada impactam a sua vida e a dos que a rodeiam. Mas um dia vai aprender a limitar esses dois domínios. 

06
Jun20

Um dia de David Nicholls

O Sol espreita muito de vez em quando pelas nuvens gordas mas brancas que prometem não deixar brotar uma gota de água. O vento faz balançar os ramos esguios e altos dos eucaliptos plantados no cimo da colina junto à casa grande e o único som humano é o fechar de uma porta emperrada numa casa lá longe, do outro lado do monte. Está um dia de Outono que quase faz lembrar o Inverno mas, no entanto, é Primavera. Ela anuiu com a cabeça concordando que é o sábado perfeito para pegar no livro que ocupa a sua cabeceira há 2 dias intitulado de "Um Dia" por David Nicholls.

É um livro que narra a história de vida de dois amigos durante duas décadas. Curiosamente, cada capítulo dedica-se a um ano das suas vidas e descreve episódios aleatórios mas, de alguma forma, marcante para as personagens. Não é uma descrição de um resumo maçudo dos acontecimentos mas sim de um dia ou de uma semana em particular. Obra de fácil leitura devido à escrita fluida e bem construída pelo autor obrigando o leitor a identificar-se com os episódios da vida mundana das personagens. De leitura agradável e aprazível, lê-se de uma empreitada e fica-se com a sensação de que a vida passa tão mas tão depressa.

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05
Jun20

A dependência do online

Se pararmos para pensar nas coisas importantes da vida, chegamos à conclusão que a maioria delas são feitas offline. Tenho uma compulsão qualquer com o raio do telemóvel e das redes sociais que me desgasta mentalmente porque sinto que perco horas e horas que podia dedicar a outra actividade que me enriquecesse mais como pessoa. E, como a minha avó dizia, eu é que mando no meu corpo (e isto incluí o cérebro), desativei a conta do Facebook e criei uma nova no Instagram onde os meus seguidores e as pessoas são apenas aquelas mais importantes para mim. Com estas ações, espero reduzir o tempo colada ao ecrã e mais à vida real, ao dia-a-dia e ao presente. 
 
Alguém sofre desta dependência?

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Nota

Todas as imagens aqui publicadas são do Pinterest, excepto se existirem indicações contrárias.

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