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Por Definir

Por Definir

19
Jun22

No sossego do Sul

As manhãs muito cedo, por volta das 07h15, já fazem ouvir os pássaros nos beirais dos telhados ou nos fios eléctricos. Os bichos buscam comida e água porque o fresco irá dar lugar ao calor abafado e seco que se sente nestas bandas. 

As espigas amarelas dançam ao som da brisa leve que se sente. Estamos no final de Junho e o Verão já se faz sentir. A calmaria com o silêncio entrecortado por um galo lá ao fundo e depois outro mais acolá definem este sítio. O sítio onde todos se conhecem, onde quase não há horários a não ser o próprio Sol, onde recebem o pão, a fruta e o peixe mesmo à porta de casa, trazidos por um vendedor ambulante. 

Dá vontade de cá ficar, de abraçar um isolamento consciente do mundo cheio de pressa, cheio de coisas, cheio demais. 

18
Jun22

Já ninguém lê blogs

Já ninguém lê blogs. Agora é tudo para ontem e há redes sociais que se enquadram melhor nesta correria. Agora só se usa o Instagram ou o Twitter que, lentamente, sugam a alma a uma pessoa (sou uma dessas pessoas). Até criei um Instagram para falar de livros - nem tudo são espinhos!

O ano passado li 36 livros - o meu record desde que comecei a contar - e este ano já vou nos 20 (nada mau!). Ter uma comunidade que se interessa pelas minhas opiniões (ou fotografias), dá-me um calorzinho no coração. Mas sinto-me muito dividida entre o alento das redes sociais e a absorção de consciência e tempo que lhe são inerentes. 

Passo horas a olhar para um ecrã que nada tem mas, vídeos e fotos tiradas de ângulos perfeitos, num scroll infinito que me fazem perder a conta do espaço-tempo. É uma prisão para o cérebro, um roll de informações inúteis que provocam ansiedade e descontentamento com a própria vida, que de certo não atingirá toda aquela plenitude. 

Mas é isto a vida, não é? Umas vezes sentimo-nos bem, outras maldizemos tudo e todos, não sendo preciso existir uma razão por detrás de tal devaneio. O truque será fazer o esforço de focar no essencial, de consumir o que nos faz bem, tentando não cair no abismo do abuso. Eu, pelo menos, esforço-me por isso. Mas nem é todos os dias porque, às vezes, só quero enfiar os neurónios debaixo da areia.

Nota

Todas as imagens aqui publicadas são do Pinterest, excepto se existirem indicações contrárias.

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