A seca que se adivinha
Desde muito nova que me incutiram a importância da chuva e é talvez por isso que gosto de dias chuvosos. Nascida e criada no Alentejo, vi muitas vezes a preocupação nos olhos dos agricultores devido à falta de chuva e ao risco de seca. Embora o meu pai não seja agricultor, preocupava-se tanto como os que faziam da terra um sustento. Lembro-me de ele me dizer que se nunca chovesse, a comida acabaria. Desde então, espero ansiosa pela chuva quando ela escasseia.
Este ano, mais uma vez, a terra secou e se não chover intensamente nos próximos dois meses, as consequências podem ser graves e dolorosas. Segundo o Público, cerca de 5% do país está a enfrentar uma seca severa e o Inverno só terminou ontem. Calcula-se que "o mês de Janeiro foi um dos mais secos nos últimos 19 anos" (notícia do Público). Ainda são referidas as atuais drásticas mudanças climáticas no planeta, evidenciando-se a crescente semelhança entre o solo português e o solo norte africano.
Em Moçambique há cheias, em Portugal há seca. Cada país sofre à sua maneira com a desatenção que o mundo dá ao ambiente.