A loucura da informação
Hoje em dia é comum cair no exagero uma vez que somos uma geração que têm tudo à farta. Temos muita comida, logo, comemos muito e, como consequência, ficamos gordos. Descobrimos objetos que simplificam o nosso dia, logo, compramos muito. Consequência: prejudicamos o planeta e a nossa saúde mental. Temos Internet ilimitada, logo, consumimos muito. Consequência? Dependência de telemóveis, tablets, computadores e afins. Temos tudo em demasia. Demasiadas roupas, demasiados objetos, demasiadas distrações, demasiadas coisas no geral. E como diz o velho ditado, "tudo o que é demais faz mal". Todos estes excessos me preocupam de verdade mas há um que me chateia particularmente: o excesso de informação.
Antigamente, o acesso à informação era escasso e foi evoluindo gradualmente mas a informação era controlada e limitada. Ainda que tivesse os seus contras, as pessoas não ficavam exaustas. Hoje em dia o processo é o oposto: descontrolado e ilimitado. O constante bombardeamento de informação desnecessária ou contraditória de que somos alvos é assustador. Perco-me facilmente por títulos aliciantes ou páginas que se revelam duvidosas ou dispensáveis e quando dou por mim tenho dúzias de separadores abertos.
A publicidade também está muito presente neste meu incómodo. Chateia-me aceder a uma página com o intuito de ficar a par das notícias e, acidentalmente, abrir outra originária de uma publicidade. Ou visualizar um vídeo sem antes assistir a um reclame. Por esta razão, ausento-me cada vez mais da Internet e das tecnologias. Não vejo televisão, restrinjo as redes sociais, utilizo pouco o telemóvel para fins de lazer. O que é que eu faço? Leio, escrevo, falo com as pessoas em 4D e faço malha ao serão. Talvez não tenha nascido na década de 90 como os meus pais alegam.