Já ninguém lê blogs
Já ninguém lê blogs. Agora é tudo para ontem e há redes sociais que se enquadram melhor nesta correria. Agora só se usa o Instagram ou o Twitter que, lentamente, sugam a alma a uma pessoa (sou uma dessas pessoas). Até criei um Instagram para falar de livros - nem tudo são espinhos!
O ano passado li 36 livros - o meu record desde que comecei a contar - e este ano já vou nos 20 (nada mau!). Ter uma comunidade que se interessa pelas minhas opiniões (ou fotografias), dá-me um calorzinho no coração. Mas sinto-me muito dividida entre o alento das redes sociais e a absorção de consciência e tempo que lhe são inerentes.
Passo horas a olhar para um ecrã que nada tem mas, vídeos e fotos tiradas de ângulos perfeitos, num scroll infinito que me fazem perder a conta do espaço-tempo. É uma prisão para o cérebro, um roll de informações inúteis que provocam ansiedade e descontentamento com a própria vida, que de certo não atingirá toda aquela plenitude.
Mas é isto a vida, não é? Umas vezes sentimo-nos bem, outras maldizemos tudo e todos, não sendo preciso existir uma razão por detrás de tal devaneio. O truque será fazer o esforço de focar no essencial, de consumir o que nos faz bem, tentando não cair no abismo do abuso. Eu, pelo menos, esforço-me por isso. Mas nem é todos os dias porque, às vezes, só quero enfiar os neurónios debaixo da areia.