Liberdade a ler
Sou uma daquelas pessoas que não faz desafios de leitura, que não participa em clubes de leitura nem faz uma lista no final do mês com os livros destinados a ler no mês seguinte (mas gostava tanto!). Não o faço simplesmente porque para além do meu estado de espírito mudar (vezes consideráveis) ao longo do mês, há muitos livros que começo a ler mas que não termino. Por estas razões, não me comprometo com nada nem com ninguém (apenas 'livrescamente' falando!).
Sei que para alguns é pecado mas a lista de livros que tenciono ler é demasiado extensa e tende a aumentar gradualmente a modos que não perco tempo a ler um livro que não gosto ou com o qual não sinto qualquer tipo de empatia. Por vezes, não significa que o livro não é bom mas simplesmente que o meu estado de espírito não é o melhor para a obra em questão.
Considero-me uma leitura impulsiva. Leio o que me cativa naquele momento e mudo as leituras consoante a minha vontade. E esta liberdade é uma característica muito própria de quem lê. A leitura de um livro é uma viagem no tempo e no espaço que nos faz sentir livres. Por que razão haveríamos de continuar numa viagem que não nos acalenta a alma?
Esta é a minha justificação por não ter prosseguido a leitura d'O último cabalista de Lisboa de Richard Zimler. É uma obra com muitos pormenores e exige a concentração que, neste momento, não disponho. Creio que a dificuldade em me focar está relacionada com o excessivo uso de redes sociais mas isso já é conversa para outra altura.
Por ser tão seletiva, há apenas dois livros aos quais atribuí uma estrela e um livro ao qual atribuí duas (no Goodreads): A Metamorfose, Lolita e Como é linda a puta da vida, respetivamente. Se bem me recordo, creio que não li até à última página os dois primeiros livros mas como li mais do que dois terços, achei que o meu tremendo esforço e a minha forte opinião mereciam ser públicos!
E não, não acredito que "o livro começa a ser interessante a partir do meio". Refuto. Quando um livro é bom, é bom desde a primeira palavra!
E vocês, já deixaram livros a meio ler? Digam que sim para não me sentir sozinha!