O que será do futuro?
Na semana passada, enquanto esperava pelo meu voo que me levou à capital do Vietname, assisti a uma situação, no mínimo, absurda. Todo o diálogo foi em vietnamita pelo que me limitei a deduzir pelos gestos e ações dos envolvidos o que estava a acontecer, tal como os outros turistas que estavam na sala de espera. Segundo pareceu, um casal estava prestes a embarcar no avião quando a hospedeira de bordo reparou que a mala da senhora excedia as dimensões pré-estabelecidas para bagagem de mão. Comummente, nos aeroportos existem uns moldes de bagagem com o intuito de o cliente verificar se a sua mala corresponde ao tamanho expectável. A verificação é feita introduzindo a mala nos moldes. Se não couber, não é aceite como bagagem de mão.
Ora, o senhor que acompanhava a senhora quis mostrar que não havia qualquer problema e por isso, introduziu a mesma no molde. Não coube. Tentou de novo. Não coube. Tentou mais 10 vezes e aqui é importante dizer que, nesta altura, já a senhora estava aos gritos com o senhor que por sua vez estava aos gritos com as hospedeiras de bordo. Entretanto o senhor acha que é boa ideia esmurrar a mala para a fazer entrar no dito molde. Como também não resultou, começou a saltar encima dela.
Já todo o aeroporto estava a assistir à barafunda onde todos os envolvidos gritavam e escorriam suor dos nervos (e do esforço de esmurrar e pontapear a mala). A maioria das pessoas estavam boquiabertas com o ridículo da situação. Eu fazia parte dessa maioria mas ao meu lado estava um britânico que não conseguia rir mais. Entre risos, dirige-se a mim e diz: "é tão bom quando estamos de fora a assistir a uma cena destas". E continuou a rir às gargalhas. Eu, incapaz de lhe responder, ri de nervoso e de preocupação com o futuro da humanidade.